
Grupos de trabalho

GT 1 - Dominância financeira, capitalismo de plataforma e reestruturação produtiva
Coordenadores:
Maria Beatriz Rufino (USP), Sandra Lencioni (USP), Roberto Pessanha (IFF/Campos dos Goytacazes)
O deslocamento do capitalismo vem ocorrendo não apenas na forma de realizar a mediação financeira, mas também no controle e junção do universo das finanças sobre a economia real (produção e serviços), de onde captura valor. A reestruturação produtiva, especialmente por meio das plataformas, guarda forte relação com o processo de enlace das finanças digitalizadas no trânsito entre o global e o nacional e também com o desenvolvimento das várias frações do capital em diferentes escalas, produzindo enormes influências sobre o território e as relações de poder. A hipermobilidade do capital financeiro se combina com a dominância tecnológica como elemento de rearticulação entre o rentismo e a economia real (produção), determinando profundas mudanças na reestruturação produtiva do capitalismo e do espaço.

GT 2 - Estado, financiamento e políticas públicas
Coordenadores:
Adriano Rodrigues de Oliveira (UFG), Eveline Algebaile (UERJ), Leandro Oliveira de Lima (UFG) e Tathiana Oliveira Salgado (UEG)
O papel do Estado e as condições de realização de políticas públicas no âmbito latino-americano, observando-se as formas e os padrões de vínculo entre inovação técnica, serviços públicos, questões urbanas e agrárias em diferentes contextos históricos e geográficos. O Estado, em sua vertente social, a partir do financiamento, possibilita a reprodução da vida da população brasileira. Considera-se que as políticas públicas se definem em estreita vinculação com as mudanças técnico-científicas que, impulsionando alterações na produção econômica e na dinâmica social, suscitam a produção de novas bases materiais e jurídicas para a vida em diferentes regiões e países, influindo no desenho das políticas e nas bases objetivas para sua realização, como infraestruturas, equipamentos e serviços de variados tipos.

GT 3 - Redes técnicas, modernização do território e múltiplas escalas da mobilidade
Coordenadores:
André Santos da Rocha (UFRRJ), Vinícius Polzin Druciaki (UEG), Márcio Cataia (Unicamp) e Fernando Fernandes de Oliveira (IF Goiano).
Em tempos de transformações, inovações técnicas e reconfiguração de redes produtivas, comerciais e informacionais, os processos de modernização do território ganham novos contornos políticos. Esse movimento suscita dos estudos econômico-espaciais uma renovada e necessária compreensão do modo como os sistemas de ações articulam escalas de forças envolvendo Estado, grupos corporativos e um intrincado (e conflituoso) processo de luta popular frente às imposições hegemônicas. No período pós-pandemia, esses fatores demandam da ciência novos parâmetros analíticos para compreensão das múltiplas determinações econômicas e sociais de diferentes redes técnicas e também da mobilidade em suas múltiplas escalas. A discussão sobre transportes, logística, redes portuárias, redes de energia e de telecomunicações, redes de água e de esgotamento sanitário, etc, além de investigações voltadas à mobilidade intra e interurbana, são muito bem-vindas a este GT para que se compreendam as questões aqui propostas.

GT 4 - Indústria, inovação e desenvolvimento
Coordenadores:
Regina Tunes (UERJ), Edilson A. Pereira Júnior (UECE), Fábio Tozi (UFMG) e Luiz Andrei (Unimontes).
A partir da análise que imbrica o processo social de produção do espaço e a economia política da América Latina esse GT tem o objetivo de reunir pesquisas que deem foco em análises renovadas sobre a dinâmica industrial, os processos de inovação e a relação com o desenvolvimento territorial na América Latina, em distintas escalas geográficas. Esse diálogo pode ser evidenciados em pesquisas que abordem: a) a relação entre a dinâmica espacial e a dinâmica da indústria do século XXI, o que inclui a discussão sobre distintas formas como a atividade industrial se apresenta na contemporaneidade; b) a análise do mundo do trabalho a partir de processos contemporâneos de precarização, flexibilização e terciarização das relações sociais de produção; c) as redes e fluxos regionais, nacionais e/ou globais produzidos a partir das relações sociais que envolvem as atividades produtivas (industriais ou de outra natureza); d) análises de processos de inovação, seja a partir de uma análise econômica ou de perspectivas renovadas de inovação como as inovações sociais, em políticas públicas, financeiras, ambientais, imobiliárias e em infraestrutura que possuem uma dimensão ligada ao desenvolvimento do território; e) as múltiplas perspectivas sobre o desenvolvimento regional e a relação com atividades produtivas em distintas dimensões e escalas geográficas de análise.

GT 5 - Neoliberalismo, Ecologia política e Agroecologia
Coordenadores:
Leandro Dias de Oliveira (UFRRJ), Lara Ferreira (IESA/Laboter), Marcelo Rodrigues Mendonça (UFG)
O processo de globalização capitalista, as práticas neoliberais e a divisão do trabalho são fatores que vêm ampliando os conflitos e as desigualdades socioambientais, consolidando a natureza como ativo financeiro. Nesse contexto, a ecologia política e a agroecologia são fundamentais para repensar o modelo hegemônico agroexportador. Estes impérios agroalimentares são formados por grandes corporações de commodities que operam em escala global e controlam a cadeia alimentar, desde os insumos, a produção, a circulação e o consumo. Na interface da ecologia política com a Geografia Econômica, torna-se mister pensar o desenvolvimento econômico e o bem estar social e ambiental, combinando a adoção da flexibilidade produtiva nos países periféricos com os princípios da ecoeficiência empresarial. A temática é relevante para a Geografia Econômica, pois busca dialogar com as questões relacionadas às transições energética, climática, ecológica. Ainda propõe compreender as práticas agroecológicas enquanto (Re)Existências na defesa da soberania alimentar e dos povos como condição de Existência nos territórios da vida.

GT 6 - Geoeconomia global, China e desdobramentos na América Latina
Coordenadores:
Pierre Alves Costa (UNICENTRO), Lisandra Lamoso (UFGD), Cintia Godoi (UNIALFA), Camilo Pereira (UFG).
A ascensão da China como potência econômica global, especialmente a partir das reformas iniciadas em 1978, representa um dos fenômenos mais expressivos da geoeconomia contemporânea. Com um crescimento médio anual de quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB), retirada de mais de 800 milhões de pessoas da pobreza e a ampliação significativa do acesso à saúde e educação, o país consolidou um projeto de desenvolvimento próprio, baseado em: racionalidade estatal, planejamento de longo prazo e forte articulação entre ciência, tecnologia e inovação. Esse processo, demanda compreensão não apenas de seus efeitos na geoeconomia global, como desdobramentos para América Latina e, especialmente, para o Brasil. Este GT pretende reunir o debate sobre estratégias e resultados de investimentos chineses, redefinições logísticas, efeitos sobre as dinâmicas produtivas industriais e agrícolas, reordenamento das cadeias globais de valor, efeitos sobre a economia de serviços, a financeirização e a informação. A trajetória chinesa, nesse sentido, oferece uma provocação analítica e estratégica para os países da América Latina: como construir caminhos próprios que prezam pela soberania dos interesses nacionais diante das transformações globais? Quais transformações estão em curso na geoeconomia global e quais perspectivas se apresentam para emergência de uma multipolaridade?

GT 7 - Geografia econômica e dinâmicas territoriais no Centro-Oeste brasileiro
Coordenadores:
Reges Sodré (UFR), Magda Valéria (UFCAT), Ronan Eustáquio Borges (UFG)
O Centro-Oeste brasileiro tem passado nas últimas décadas por intensa reestruturação produtiva e socioespacial orientada pelas lógicas econômicas do agronegócio globalizado. Esse processo tem redesenhado a geografia econômica da região, se expressando de diversos modos, entre os quais na intensificação da urbanização, na modernização do território, na criação de novos sistemas de movimento e de fluxos, na financeirização e intensificação das relações globais-locais e em diversos conflitos, contradições e novas desigualdades socioespaciais. As grandes corporações passam a ser os agentes que usam, apropriam, organizam e normatizam o território, tensionando as relações com o Estado e as comunidades locais. Essas dinâmicas exigem novas abordagens analíticas para compreensão do lugar da região Centro-Oeste nos regimes de valor regionais.